Trancar-te ei dentro de mim!
Trancar-te ei de modo que o sol não entre, e nem mesmo o ar,
De jeito que nem mesmo um raio de luz possa entrar...
Com correntes, cadeados e arames farpados.
Que sangre até morrer, que morra asfixiado.
Que sangre até a última gota. Que morra...
Que a lua não me traga sonhos, nem o brilho das estrelas o teu olhar
Te guardarei como a menina dos meus olhos,
Como a linha da vida na palma da minha mão.
Gravado esta o teu nome neste contrito coração.
Mas agora, te encontrarei somente em uma simples canção.
E os meus olhos nos seus, são somente lembranças...
Sua boca, seu rosto, fica nos meus sonhos, e será somente isso?
Em cada lembrança se solta uma corrente, e prende-se uma parte de mim.
Em cada vontade, abre-se um cadeado, e perde-se uma parte de mim.
Em cada desejo meu você renasce, e morre uma parte de mim.
Assim decidi, dar-te a liberdade, soltando a tua mão...
Que dance às lembranças nas batidas do meu coração.
Deixo agora de ser de plástico e me devolvo a vida!
Paixão és a parte fraca do meu ser.
Coração, que de carne fez-se de brinquedo,
E que se quebrou, e assim lembrou-se do que realmente é...
E não mais se iludindo nas suas próprias vontades,
Renasce de um amor próprio.
Solto estou, livre sou na minha dança.